Uma das intervenções cirúrgicas de que mais tem se falado nos últimos tempos é a bichectomia. Muitos são totalmente contra esse tipo de procedimento cirúrgico, ao passo que outros desconhecem muitos fatos sobre ele. Hoje falarei sobre quem está habilitado a receber esse tipo de cirurgia e quais são os riscos reais que ela oferece.
A bichectomia
No processo de bichectomia, retira-se, do rosto do paciente, parcial ou totalmente, as bolsas de gordura que estão presentes em cada lado da boca, entre a mandíbula e o maxilar, conhecidas como bolas de Bichat. Independentemente de haver ou não excesso de peso, essas bolsas estão presentes no lado da boca, e o objetivo final da bichectomia é a diminuição delas.
O procedimento inicialmente era realizado para fins odontológicos, para pessoas que tinham problemas de morder as bochechas, pois seu corredor bucal era demasiadamente estreito. O trauma contínuo poderia resultar em diversos problemas, sendo o mais grave o aparecimento de um câncer na região. Com o passar do tempo, essa cirurgia foi aperfeiçoada e ganhou uma função estética, caindo nas graças de muitas celebridades, inclusive.
A incisão feita na bochecha é pequena, cerca de um centímetro. A cirurgia dura cerca de 30 minutos somente. A recuperação é rápida, sendo desnecessária a internação. As orientações são muito parecidas com as de uma extração odontológica simples. Apenas se solicita ao paciente que não ingira alimentos muito duros nos primeiros dias. Outra orientação é a de consumir alimentos gelados, pois eles ajudam no processo de cicatrização.
Indicações e contraindicações da bichectomia
Qualquer pessoa adulta que deseja realizar a bichectomia pode se candidatar. Não há uma idade padrão para se fazer a cirurgia, porém, é interessante observar o crescimento completo do corpo para poder passar pelo procedimento. Por isso, é indicado que o pacientes tenham mais de 18 anos, quando seu desenvolvimento é completo e a cirurgia não irá atrapalhar em nada.
As contraindicações são para pessoas que tenham dificuldades de coagulação sanguínea, alguma doença infecciosa ativa ou outra condição que não as deixem saudáveis para realizar a cirurgia, como algum problema cardiovascular.
Outra questão, que é mais uma orientação do que uma contraindicação, é o sobrepeso. Pacientes que estão acima do peso tendem a ter um resultado bem menos satisfatório do que uma pessoa magra. Isso tem a ver também com as expectativas irreais que normalmente acontecem em cirurgias estéticas.
Os riscos da bichectomia
Entre os riscos em se fazer a bichectomia, está o fato de que muitas artérias e nervos passam pela região. As bolas de Bichat estão próximas do ramo maxilar e do ramo mandibular, fazendo parte do nervo do trigêmeo. Esse nervo costuma ser muito sensível e, se o cirurgião não for experiente, pode acertar um desses ramos. Isso significaria a perda parcial da sensibilidade do rosto e, em casos mais graves, de forma definitiva.
Os problemas mais comum são hematomas e os seromas (acúmulo de liquido no local). Porém o que mais preocupa são lesões nos ductos salivares que passam nessa região, fazendo ser necessário novos procedimentos para corrigir a condução da saliva apropriadamente.
Outro receio que há entre as pessoas é de que a retirada dessas bolas de Bichat podem fazer com que o rosto fique flácido e caia com o tempo, o que chamamos de atrofia da bochecha. Isso só acontece quando um médico inadvertidamente retira muita gordura do rosto.
Por esses motivos, procure um médico experiente para fazer a bichectomia, esse é o maior investimento que pode fazer em sua beleza.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião plástico em São Paulo.